Saber lidar com nossos sentimentos de medo, fadiga, pânico ou ansiedade é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma inteligência emocional. Ao passo que entendemos tais sentimentos, por meio do autoconhecimento, nos tornamos profissionais mais capacitados e desejados pelo mercado.

A valorização de profissionais com esta habilidade, ou dispostos a exercitar o autoconhecimento, vem ocorrendo por diversos fatores. Entre eles podemos destacar disrupturas em andamento, como as transformações digitais. Com estas mudanças, os profissionais com habilidades denominadas subjetivas, mas bem desenvolvidas, como flexibilidade, disposição para o novo, etc, tornam-se destaque.

O que é o autoconhecimento e sua relação com situações de crise?

O autoconhecimento é o processo de refletir sobre nossa personalidade, preferências e motivações. Existem diversas linhas psicanalíticas para a esfera pessoal que auxiliam fortemente neste processo como um todo. Assim como trabalhos sérios voltados para o entendimento da personalidade no contexto corporativo.

Como ficarão determinados setores de consumo após a pandemia da Covid-19? Qual a velocidade de retomada da economia? Infelizmente as respostas para questões como estas ainda são mera conjectura. No entanto, sabemos que o caminho a ser percorrido será mais bem sucedido se as decisões tomadas no dia a dia forem as mais coerentes.

Estamos vivendo um período que a nova normalidade não é consenso e nem tem data certa para chegar. Desta forma, profissionais que pouco sabem sobre suas limitações ou potencialidades tendem a enfrentar com mais dificuldade as adversidades. Por outro lado, àqueles que sabem de suas personalidades podem canalizar melhor a superação e a resiliência.

Por esta razão, o autoconhecimento se mostra determinante e pode ser uma etapa integrante da cultura organizacional das empresas e do mindset dos profissionais.

Portanto, em situações de crise, em que a incerteza limita os planos apenas a curto ou médio prazos, o autoconhecimento ganha protagonismo.

Quais são os benefícios do autoconhecimento na prática?

As competências técnicas ainda contam muito. Mas é notório que as chamadas soft skills têm sido apontadas como diferenciais, capazes de determinar boa performance profissional e empresarial por seus times assertivos.

O autoconhecimento é recomendado para profissionais e empresas em qualquer momento de suas jornadas (carreira) ou status de consolidação de políticas de gestão (gestão de RH).

Para profissionais o autoconhecimento auxilia na identificação de pontos fortes e fracos. Possibilita o desenvolvimento de competências comportamentais importantes como a flexibilidade e a criatividade para inovação. Colabora também para uma identidade profissional, a imagem curricular que se deseja consolidar. Sobretudo, o autoconhecimento é fundamental em momentos de ajustes de rotas, como ascensões profissionais ou transição de carreira.

Quanto às empresas, práticas que promovam o autoconhecimento de seus profissionais permitem planos mais assertivos de desenvolvimento e retenção de talentos. Assim como permite a identificação de melhores perfis para cargos certos e o consequente sucesso empresarial. Sem contar a vantagem competitiva, pois profissionais bem desenvolvidos formam times coesos.

Qual a importância do autoconhecimento para os líderes?

Líderes e gestores só têm a ganhar com o autoconhecimento. Como estão no papel de influenciar e engajar pessoas, precisam sobretudo aprimorar suas habilidades que possam estimular atitudes. Afinal, como alguém que não conhece suas próprias fortalezas ou fraquezas pode encorajar eficientemente outras pessoas?

Portanto, o autoconhecimento possibilita o autocontrole de emoções e a tomada de decisões mais acertadas – aspectos primordiais na liderança. Neste ponto de equilíbrio, a inteligência emocional conquistada com a prática do autoconhecimento coloca o líder no papel de agente inspirador.