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Unbossing em Ação: a gestão sem chefes está funcionando?
Na semana passada, voltou à pauta uma tendência que preocupa os profissionais de RH: o chamado “downsizing de carreira”. Esse conceito refere-se à decisão voluntária de muitos profissionais em não dar o próximo passo em suas trajetórias ou aceitarem funções hierarquicamente inferiores às que já ocupam.
Embora essas escolhas pareçam voluntárias à primeira vista, a verdade é que muitos desses trabalhadores não se sentem realmente no controle de suas decisões. O que motiva essas atitudes é, em grande parte, o estresse e o esgotamento mental, levando-os a recuar em nome do seu próprio bem-estar.
E, nesse contexto, muitos enxergam o RH como uma área que falhou em proporcionar o suporte adequado.
Esse fenômeno traz preocupações quanto às possíveis consequências para a estrutura organizacional. Afinal, se mais e mais profissionais se recusarem a progredir em suas carreiras, isso afetará diretamente a dinâmica de gestão e desenvolvimento interno das empresas.
No entanto, há uma tendência paralela que alguns acreditam poder amenizar esse cenário: o “unbossing”.
O crescimento do “unbossing”
Recentemente discutido em artigos da Forbes, o “unbossing” se refere à prática de empresas que eliminam cargos de gerência intermediária, na tentativa de otimizar a eficiência, reduzir a burocracia e acelerar a tomada de decisões. A premissa por trás dessa abordagem é que, ao remover os gestores tradicionais de nível intermediário, cria-se um canal de comunicação mais direto entre os funcionários e a alta liderança.
Essa estrutura mais horizontal proporciona maior proximidade entre colaboradores e executivos, minimizando as ineficiências que surgem em organizações com muitas camadas hierárquicas.
No entanto, existem preocupações sobre os efeitos colaterais dessa tendência. Apesar de seu potencial em reduzir custos e agilizar processos, os gestores intermediários desempenham um papel essencial, servindo como ponto de apoio e orientação para os colaboradores.
Isso se torna ainda mais evidente quando consideramos que esses profissionais também enfrentam desafios intensos em suas carreiras. Uma pesquisa do Future Forum, conduzida pela **Slack Technologies Inc.**, mostrou que os gerentes intermediários são os mais exaustos em termos organizacionais, com **43%** relatando altos níveis de estresse.
Problemas associados ao “unbossing”
De acordo com especialistas, o “unbossing” pode ser uma solução drástica, que não ataca a verdadeira raiz do problema. Em vez de eliminar esses gestores, o foco deveria estar em como melhorar sua eficiência e desenvolvê-los para que exerçam melhor suas funções.
Dados da Gallup revelam que 70% da variação no engajamento dos funcionários está diretamente relacionada ao relacionamento deles com seus gerentes diretos.
Portanto, remover os gestores intermediários pode, na verdade, aumentar os níveis de desengajamento, algo que as empresas não podem se dar ao luxo de enfrentar. O caminho ideal é criar formas mais eficazes de conectar colaboradores e gestores, investindo em treinamentos e desenvolvimento de liderança.
Desvantagens adicionais
· Desconexão com as #equipes: sem gerentes intermediários, os colaboradores podem se sentir desamparados, já que esses líderes costumam ser a ponte entre a equipe de base e a alta gestão.
· Perda de #apoioestratégico: os gerentes intermediários costumam desempenhar um papel crucial na execução da estratégia organizacional, garantindo que as metas da liderança sejam compreendidas e implementadas de forma eficaz no nível operacional.
· Aumento do #turnover: a ausência de suporte adequado nas camadas intermediárias pode levar ao aumento do desgaste dos colaboradores e, consequentemente, ao turnover.
O futuro dos gestores intermediários
Nos últimos anos, empresas como Meta, Google e Intel adotaram medidas para reduzir significativamente suas estruturas gerenciais, justificando essas ações como parte de um esforço para aumentar a eficiência operacional.
Embora essa prática pareça moderna, o “enxugamento” de gestores intermediários é uma tendência que se arrasta há décadas. Um estudo com 300 grandes corporações revelou que o número de gerentes entre CEOs e seus chefes de divisão caiu mais de 25% entre 1986 e 1998.
Embora a eliminação de cargos gerenciais intermediários continue a ser uma prática comum, muitos especialistas acreditam que esses profissionais ainda desempenham um papel fundamental nas organizações.
A solução, portanto, não está na eliminação desses gestores, mas sim no investimento contínuo em seu desenvolvimento e capacitação, para que possam exercer uma liderança mais eficaz.
Embora o “unbossing” possa trazer vantagens em termos de redução de custos e agilidade, ele também apresenta riscos significativos, como o desengajamento dos colaboradores e a perda de líderes qualificados. A melhor estratégia para as organizações é fortalecer suas lideranças intermediárias, oferecendo treinamentos e apoio contínuos.
Neste contexto, a StautGROUP Soluções em Capital Humano surge como uma parceira estratégica para empresas que buscam desenvolver e engajar seus talentos de forma mais eficaz, promovendo o crescimento sustentável e a excelência em liderança.
“Embora o unbossing traga a promessa de maior agilidade e autonomia nas organizações, é fundamental reconhecer que os gestores intermediários desempenham um papel insubstituível no desenvolvimento das equipes. O desafio não é eliminá-los, mas sim capacitá-los para serem mais eficazes em um cenário de mudanças constantes.” — Vera Staut, Sócia e Diretora Executiva da StautGROUP Soluções em Capital Humano.
A StautGROUP Soluções em Capital Humano é uma consultoria especializada na criação de estratégias personalizadas de recrutamento, seleção, liderança e desenvolvimento de carreira, adaptadas aos diversos modelos de negócios e culturas organizacionais.
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